terça-feira, maio 31, 2005

Crônica

O natal.
Todos as noites de Natal eram iguais. Casa da vovó, comida gostosa, amigo secreto, volta para casa, dormir ansioso com a espera do Papai Noel para receber o presente. Eu era a primeira a dormir. No outro dia, lá estava o presente, nunca falhava.
Um ano, desejei a casa da Barbie com tudo que passava nas propagandas. O Rafa, meu irmão mais velho, disse que eu não ia ganhar, pois Papai Noel não existia, fechei a cara e disse que existia sim, que meu quarto estava lotado de presentes dele, aí ele perguntou como eu tinha tanta certeza que era o bom velhinho que me dava os presentes, se eu estava sempre dormindo quando ele chegava. Empalideci.
Falei à mamãe o que o Rafa tinha falado, ela deu aquele sorriso cativante, típico de mãe, que tudo e nada diz ao mesmo tempo, me disse pra não ligar pro Rafa. Mas, ainda assim fiquei encucada.
Decidi, que naquele Natal, eu não iria dormir, que ficaria fingindo, bem quietinha, para poder descobrir quem me dava os presentes.
Finalmente, o Natal. Tudo acontecendo como todos anos, casa da vovó, peru, vinho para os adultos, suco de uva para as crianças, historinhas, volta pra casa.
Minha mãe havia me comprado uma camisola nova, “é pra Papai Noel te ver mais bonita”. Ela me arrumou, ajeitou a cama, me deu os sapatinhos para por no pé da cama, me deu um beijo doce na testa, apagou as luzes e fechou a porta. Pronto. Eu já podia começar a fingir.
O tempo parecia não passar, lutava contra o sono, mas meus olhinhos insistiam em fechar, acho que foi a maior luta dos meus longos seis aninhos. Perdi.
No outro dia, lá estava meu presente, minha casa da Barbie. Então, Papai Noel existia? Meu irmão era um mentiroso? Agora eu teria que esperar o próximo Natal para descobrir. Mas o meu presente havia chegado!


(feito na minha aula de crônicas na faculdade - 07/2004)

segunda-feira, maio 30, 2005

Novo golpe

Muito cuidado ao parar nos semáforos que têm aqueles malabaristas com fogo, bambolês e afins. Enquanto o motorista está assistindo ao show, um outro malabarista vem por trás do carro e arremessa um coquetel molotov no capô.
Com o carro em chamas, o motorista sai correndo desesperado, e nesse momento vem um terceiro malabarista joga um chimpanzé adestrado dentro do seu carro, vestido com uma roupa anti-chamas desenvolvida pelos EUA (NASA) para a Guerra do Golfo e alimentado com Damascos Gigantes da Nova Guiné. Esse macaquinho rouba o som e o que mais tiver dentro do automóvel.
Depois disso, dois falcões peruanos de caça ficam dando rasante sobre a cabeça do motorista, distraindo sua atenção. Nisso, aparecem ursos panda num patinete motorizado verde musgo, da marca Yamaha, e todos fogem cantando "Poeira" da Ivete Sangalo rumo a outro Semáforo.
Esse caso é verídico, aconteceu com o primo do cunhado da irmã da tia de um cara que a namorada do primo de um amigo meu conheceu um dia na fila do cachorro-quente do cinema.

autor desconhecido

domingo, maio 29, 2005

Primeiro Encontro

Saindo de uma festa encontro um amigo, este me apresenta um amigo seu, um moço bonito, com as ondinhas do cabelo saindo por baixo da boina marrom, com uns óculos no rosto moreno. Estávamos indo para o mesmo local, era só achar uma pessoa pra podermos ir embora. Fiquei encantada com o jeito expressivo do moço, um sorriso contagiante, cheguei a ficar sem graça só por estar olhando pra ele. Desviei o olhar. Quando finalmente a pessoa que esperávamos apareceu, senti uma tristeza, achei que ao chegar ao nosso destino não veria mais aquele menino. Começamos a andar pela rua. Olho pra trás e percebo que estava faltando alguém, aviso ao moço. Ele pega o meu braço e me leva ao encontro do desgarrado. Ops, ele estava com uma moça, beijando. Atrapalhamos. Ficamos parados olhando. De repente um olhar diferente, o moço sorri como quem diz, vamos? E embarcamos em um beijo sem fim. Nossa, que rapidez, nunca tínhamos nos visto antes. Fico envergonhada. Ele sorrir. Voltamos a caminhar, nos juntamos ao grupo e ao desgarrado. De mãos dadas chegamos ao nosso destino, quer dizer, ao meu pelo menos. Trocamos telefones, sentia que não ia mais nos encontrar, entro em casa, o celular tocando, quem será? O moço bonito verificando o meu número.


(um pouco de fantasia em cima de um fato real)

Felicidade

Sabe aquela felicidade que começa no seu primeiro fio de cabelo e que parece não ter fim, que passa por toda a extensão do seu corpo e que faz um ciclo vicioso e que parece que você esta no topo de um prazer inexplicável... Inenarrável, um gozo conjunto de emoções sortidas, alegria+ amor+ paz+ orgasmo+ sorrisos+ abraços, todo um sentimento acumulado exalando pra todos os lados?
Apesar de todo o meu mau humor dos últimos tempos, das brigas sem fundamentos, dos estresses do cotidiano, da minha tpm sem fim, ainda sou capaz de sentir tudo isso!
Graças a Jah!

Tic Tac

O interessante é que com o passar do tempo, o tempo passa a ser algo que queremos sempre ter mais e cada dia temos menos. O mais interessante é que tem gente que só liga pro tempo do relógio e não se toca do tic tac da vida, esquece de olhar pela janela de manhã, esquece de prestar atenção em coisas simples, mas importantes da vida, não percebendo que estão perdendo tempo com o tempo do relógio.
Prazer, eu sou uma dessas pessoas!