quarta-feira, abril 26, 2006

A gente

Que mania que a gente tem de ver as coisas só pelo lado que interessa a gente... Ta na hora de começar a olhar pra gente por fora! Como se não nos conhecêssemos... olá, estranho!

quinta-feira, abril 13, 2006

A Carne dos Deuses

Lembra dos retro-mutantes, dos proto-mutantes
Dos bio-mutantes cantados em momentos atrás
Os quais ainda são a linha esperada, a conduta marcada
Por atitudes de originalidade e paz
Mas desta vez vou falar de homens
Que por caminhos diferentes daqueles
Procuram também seus objetivos naturais
Também não se estabeleceram, não aceitaram
Não se encaixaram em perversas etiquetas sociais
Todos anormais, todos desqualificados
Castrados, desajustados
Considerados um problema
Eles têm uma sensibilidade aflorada
Que os tolos não podem aceitar
Porque estão todos fora do esquema
Agora onde sou, quem estou?
Pra quem só passa pela vida
Isso pode até parecer brincadeira, mas não...
Como eles, eu volto ao monte, volto à caverna
Sinto o bicho que sou se contorcendo em minha veia
Volto ao tudo para achar a resposta mais sensata
A carne dos Deuses em minha cara

Simplesmente
A carne dos Deuses em minha cara
Eu volto ao monte
A carne dos Deuses em minha cara

E assim eles me mostraram:
Passe dos limites da sua casa, da sua turma
Se comunique sem nenhum tipo de rótulo
Supere seus limites
Não se conforme com a informação
Busque, atreva, ultrapasse os muros impostos
Atravesse a linha do seu horizonte
Eleve seu espírito como um flash
Sem destino, em todas as direções
Supere seus limites de respiração, de força de bicho
Como um macaco nu que luta incondicionalmente pela vida
Então, sinta mais...
Abrace cada sentimento seja ele qual for
Como se abraça a quem se ama
E quando precisar, chore
Onde estiver, chore
E um dia, dance...
Um dia dance do jeito que você quiser
Sem dúvida, as pessoas que dançam com verdade
São pessoas muito mais felizes
E por mais louco que possa parecer
Não me ouça
Pois posso ser apenas mais um tijolo daquele muro que você quer
Passar...
Simplesmente passar...
Passar...
Simplesmente passar...

Simplesmente
A carne dos Deuses em minha cara
Eu volto ao monte
Eu volto ao monte


[Scambo - A Carne dos Deuses]

qem eu sou?

Quem eu sou? Sou gente comum.
Que erra, que acerta. Que cai, que machuca, que é machucada. Que rir, que chora, que sofre, que ama. Que limpa a orelha dez vezes no dia, que tem agonia a algodão no pé.
Que grita, que briga. Que fala merda e é seria. Que tem pânico de cachorro. Que ama acarajé. Viciada em coca-cola. Que considera sexo uma das melhores invenções do mundo. Que se pergunta como pode alguém gostar de feijão.
Que aconselha, mas da bronca. Que faz merda e admite, ou não. Que tem um orgulho, que quando ferido, tenha medo. Mas sempre cautelosa, ta bom, nem sempre. Que mete os pés pelas mãos. Que tem mania de achar que todos pensam que nem eu.
Que é livre pra ir e vir, querer ou não, fazer ou desfazer. Que sonha com um amor. Que vive uma paixão. Que ama amar e não pede nada em troca. Que pede carinho, abraços e beijinhos.
Que não vive sem trilha sonora. Que filme, brigadeiro, coca-cola e amigas é igual à felicidade sem fim. Que quer ser alguém quando crescer. Que considera viajar um prazer sem igual.
Que conversa pelos cotovelos. Que é grossa. Que é estúpida. Que é carinhosa e amável. Que é mulher de fases, antes e pós tpm.
Que ama livros e fotografias. Que é apaixonada por informação. Que é descontrolada com dinheiro. Que não sabe fazer economias, só gastos. Que já foi roubada. Que já levou umas porradas da mamãe. Que chorou. Que aprendeu que não se faz certas coisas.
Que tem insônia. Que passa três horas no telefone e nem sente. Que é fiel, principalmente aos seus sentimentos (tanto com o mundo como com pessoas). Que faz plano. Que só descobriu que é bom assistir aula no segundo ano de faculdade. Que vai se formar. Que vai ser jornalista. Que tem desejo de doce constantemente. Que odeia rótulos. Que não tolera mentiras.

Acho que sou um pouco disso, um pouco daquilo. Meio assim, meio assada. Meio ousada, meio tímida. Metade mulherão e metade menininha. Banda boa e banda estragada.

domingo, abril 09, 2006

Razão para as coisas do coração

Não me pergunte porque faço. Eu faço.
Não me pergunto porque vou. Eu vou.
Não me pergunte porque estou. Só estou.
Não me pergunte porque permaneço. Eu fico.


Tem coisas que a resposta, a razão e a intenção não explicam o ato. Simplesmente acontecem.
Ninguém pediu, ninguém previu.
Coisas que jamais faria. Que condenaria.
Condenaria se não houvesse amor.
Se fosse joguinho, sedução, sacanagem.
É amor. Só amor.
Sem mais ou menos. Puro e simples amor.
Amor que agüenta, que enfrenta. Que enfrenta até os próprios princípios. E que prova, como dois mais dois podem ser cinco.
Amor que deseja, que luta, que ama. E que espera. Que tem esperança. Que acredita.
Que vive. Que se ilude.
Amor lindo. Livre. Que aproveita. Que apóia. E que sonha.
Amor que não cobra, aguarda. Dá o tempo.
Até quando?
Até quando existir e permanecer esse amor.
Enquanto ele for forte o bastante pra agüentar os baques que a vida lhe dá.
Como procurar razão nas coisas feitas pelo coração. Mas como não procurar?
O problema é achar.
Não achei.
Só sei, só sinto, só vivo.

sábado, abril 08, 2006

Violência urbana

Violência sempre gera mais violência, o que acaba fazendo as pessoas terem medo. Viver em grandes centros urbanos vem se tornando desconfortável para a sociedade, pois o receio de ser violentado no meio da rua é grande.

Com toda essa onde de violência que vemos todo dia na televisão, pessoas sendo queimadas vivas em ônibus, seqüestros relâmpagos e assaltos, fica difícil de distinguir se estamos apenas em uma rotina comum de um país ou em plena guerra. Sair de casa se torna uma aventura, o medo de não voltar existe e é cada vez maior.

Vivendo no morro ou em prédios cercados de grades o risco parece ser o mesmo. Não existe mais lugar de risco, todos agora são. Ao deixar o filho na escola, o marido saindo pra trabalhar, a filha indo pro salão de beleza, a mulher em casa todos estão na mesma roda do destino. O salão pode ser assaltado, uma bala perdida, o condomínio inteiro devassado por armas, viver se torna uma tortura.

À vontade de deixar os grandes centros e se mudar para o campo aumenta, mas o medo da renda cair não deixa que todos tomem essa atitude, ao mesmo tempo, os homens do campo, saem de suas cidades em busca de dinheiro e uma vida mais digna, mas só encontram o desamparo de uma cidade grande, passam fome e frio, não arranjam dinheiro nem para voltar pra casa, e acabam roubando.

Mas não precisa sair do interior para passar por essas situações, nascer na cidade grande também já é uma luta. Luta contra fome, frio e a miséria. Essas são as principais causas do país está como está, com o caos instalado e medo reinando no lugar da tranqüilidade.
Texto escrito no final de 2005, para salvar meu irmão de uma recuperação... coincidência ou não, ele cabe direitinho nos últimos acontecimentos...